Ajudando os Jovens a se Integrarem
Como mantemos os jovens longe dos círculos errados? Crie um circulo de atividades com os amigos da Igreja.
Brad Wilcox, “Ajudando os Jovens a se Integrarem,” Ensign, Abr. 1998, 10
“Eu nunca me sinto integrado na igreja”, disse uma moça que estava participando pela primeira vez de um programa “Especialmente para os Jovens”. Outro rapaz adicionou: “Embora fosse membro da Igreja, raramente me sentia querido ou necessário. Não me sentia parte do grupo”. Esses dois jovens Santos dos Últimos Dias estavam descrevendo uma época quando estavam seriamente envolvidos com gangues.
Como esses jovens, todos têm necessidade de se sentir parte de um grupo. Como seres sociais, naturalmente buscamos a segurança e a proteção de pertencer a alguém ou algo. E como santos dos últimos dias – um povo de convênios que compartilham uma visão e um entendimento religioso diferente – encontramos força e alegria no companheirismo e em saber que somos filhos de nosso Pai Celestial e que fazemos parte de um grande plano de felicidade. Nosso testemunho do evangelho restaurado e serviço na Igreja pode criar em nós um forte sentimento de pertencer.
Entretanto, se a necessidade de fazer parte não é preenchida em ambientes positivos, por qualquer motivo, os jovens podem procurar grupos indesejáveis, trazendo profunda preocupação a pais e lideres da Igreja. Como podem ajudar os jovens a se sentirem integrados?
Um bispo, preocupado que vários jovens em sua ala estavam seriamente se envolvendo com grupos negativos na escola, disse: “Me reuni com os lideres dos jovens da ala para discutir a situação. Decidimos que ao invés de tentar convence-los a não querer se envolver com esses grupos, tentaríamos arduamente ajuda-los a ter um forte sentimento de que pertenciam ao nosso grupo. Se sentissem mais aceitos e seguros ao freqüentar a igreja, talvez não continuassem a procurar essas coisas em outro lugar”.
Os lideres dos jovens sugeriram fazer mais atividades, mas o bispo observou que embora essas atividades são excelentes maneiras de envolver os jovens, simplesmente ter atividades não garante a freqüência, e a freqüência não garante que os jovens se sintam integrados. “Sem algum planejamento cuidadoso”, disse o bispo, “é muito fácil fazer uma atividade sem influenciar os jovens”
Aqui estão algumas coisas que os pais e lideres devem ter em mente ao tentar ajudar os jovens a se integrarem.
Inclua os jovens no planejamento. Uma presidente das Moças no Wyoming identificou uma chave para organizar as atividades dos jovens que aumentam sua participação e fortalecem a união: “Nossas atividades tem tido maior sucesso desde que encorajamos os jovens a assumir uma parte mais ativa no planejamento e organização das atividades. Eles trouxeram grandes idéias como, por exemplo, fazer um projeto de serviço em uma escolha maternal e fazer um jantar progressivo”. Por serem essas idéias deles mesmos, eles realmente se preocuparam em fazer o melhor”. Quando recebem oportunidades de ajudar, muitos jovens descobre que preparar uma conferência de estaca, baile ou uma atividade pode ser tão divertido e benéfico quanto participar da atividade.
Reconheça a diversidade de interesses. “Nunca vou a uma atividade dos Rapazes porque tudo o que eles fazem é jogar basquete, e eu não sou bom nisso” ,disse um rapaz. Enquanto muitos jovens gostam de esporte, se jogar bola é tudo o que têm na agenda, alguns podem se sentir excluídos. Quebre a rotina de jogar bola planejando um passeio a locais de interesse, ou apresentando uma variedade de outras opções de esportes. Um presidente de Rapazes na Califórnia esperava que seus rapazes reclamassem quando sugeriu a irem jogar boliche, ou golfe ou nadar, só para variar. “Ao contrário”, ele disse. “eles ficaram animados em tentar algo novo”.
Esse presidente de Rapazes tentou aumentar o envolvimento de todos ocasionalmente praticando esportes de formas não tradicionais. Os jovens planejaram um jogo externo de voleibol com bexigas de água e um jogo de basquete usando bandeja infantil com bolas em miniatura. O líder relata, “Alterando as formas como os jogos são feitos e estabelecendo nossas próprias regras ajudaram os jovens menos esportistas a se sentirem mais confortáveis e em igual posição aos demais”.
Observe ou crie tradições da ala. Poucas coisas aumentam o sentimento de integração como estabelecer tradições. A importância das tradições em um ambiente familiar é amplamente reconhecida. Eventos tais como colorir ovos na Páscoa ou levar um filho para um jantar especial quando ele ou ela é batizado ou em outras ocasiões aumentam a união entre pais e filhos. Esse mesmo tipo de relacionamento pode acontecer quando os lideres da Igreja envolvem os jovens em atividades que se tornam tradicionais. Por exemplo, uma ala realiza anualmente um jantar “venha como você é”, outra faz uma noite cultural de artes.
Uma moça, Stacie, reconheceu o valor dessas tradições quando se mudou para uma nova ala, onde se sentia uma estrangeira. Seus primeiros domingos na igreja foram desafiadores. Ele chegou a dizer a seus pais que não queria mais ir à Igreja. Naquela mesma semana sua consultora ligou e a convidou para uma atividade dos jovens. Stacie lembra: “Estava tentando achar uma desculpa, mas a consultora disse que todos os anos eles faziam aquele grande jogo de namoro, e isso me chamou a atenção. Imaginei que se eles faziam isso todos os anos, devia ser divertido. Então eu fui, e foi quando as coisas começaram a melhorar”;
Cantar no natal em dezembro, lavar os carros no verão, shows ambulantes na primavera, um jantar especial quando os rapazes recebem seu Dever para com Deus ou as moças recebem seu Reconhecimento das Moças – qualquer atividade que une as pessoas de forma divertida e com propósito pode se tornar um evento regular.
Lembre os nomes. Um líder jovem disse: “Fui a um serão para os jovens com um orador convidado de outra estaca. Fiquei impressionada ao ver o orador se apresentando e conversando com os jovens antes de falar. Ele perguntou os nomes aos jovens e os chamou pelo nome. Isso fez com que cada pessoa se sentisse incluída e importante. Decidi que, se um orador visitante podia fazer um esforço para aprender os nome, certamente eu poderia tentar também”.
Esse líder jovem fez uma meta de aprender o nome de todos os jovens de sua ala e de alguns que via regularmente nas atividades da estaca. “Busquei aprender algumas técnicas de memorização mas não as achei tão úteis para mim quanto simplesmente escrever os nomes em um bloco de anotações que sempre trazia para a igreja”, disse ele. “Então, se esquecia um nome durante a semana, um olhar rápido em meu bloquinho refrescava minha memória”.
Nosso Pai Celestial nos conhece individualmente pelo nome. Quando apareceu a Joseph Smith, ele se dirigiu ao jovem pelo nome. Esse é um padrão maravilhoso para seguirmos ao interagirmos com os jovens.
Faça convites pessoais. Telefonemas e visitas pessoais tomam mais tempo do que simplesmente avisar a próxima atividade no púlpito, mas convites pessoais atingem as pessoas e as ajudam a se sentir queridas. Rosa, uma moça do Texas, comentou: “Embora não pudesse ir ao serão porque estava trabalhando, o fato de minha consultora das Lauréis ter me ligado me fez sentir especial. Sabia que estava sendo lembrada”.
Mostre aprovação. Quando sorrimos e fazemos elogios sinceros e merecidos, mesmo por pequenas coisas, ajudamos os jovens a sentirem que são amados e aceitos. Essa aprovação alimenta o espírito tanto quanto a comida alimenta o corpo. Um rapaz chamado Mateus, de Ilinois, disse: “Adoro quando os lideres me elogiam pelas coisas que fiz, grandes ou pequenas. Algumas pessoas acham que você não tem necessidade disso, mas acho que ninguém despreza a necessidade de ser elogiado”.
Minha esposa, Debi, nunca se esquece de uma ocasião quando era adolescente, quando algum lhe disse que em uma reunião um líder a havia elogiado por ser uma pessoa confiável. Aquele pequeno comentário fez uma diferença real na vida de Debi.
Nesses tempos de grande preocupação social, é importante para todos os que trabalham com os jovens, serem cuidadosos em não se chegarem a eles de forma que gere uma interpretação errônea. Entretanto, não devemos permitir que essa preocupação nos torne tão distantes a ponto de negligenciarmos as necessidades mais profundas dos nossos jovens de aprovação e aceitação. Bater palmas ou bater em seus ombros demonstram aceitação, inclusão, amor e integração.
Ouça de forma respeitosa. Os lideres podem fazer uma importante contribuição sendo bons ouvintes quando os jovens querem falar. Normalmente os jovens acham que os lideres são ouvintes confiáveis. O Elder Vaughn J. Featherstone dos Setenta, primeiro conselheiro da presidência geral dos Rapazes, explicou a “tremenda influencia para o bem que um líder pode exercer em um relacionamento dos jovens”. (Uma Geração de Excelência: Um Guia para Pais e Lideres de Jovens [1975], 168).
Quando um jovem compartilha seus sentimentos, normalmente não estão buscando instrução ou conselho tanto quanto buscando uma base segura de simpatia – alguém que ouvirá sem fazer julgamentos enquanto ele trabalha em seus problemas no momento. Um rapaz, Paul, explicou: “Algumas vezes meus pais e lideres são muito rápidos em oferecer conselho quando começo a falar sobre alguma coisa que aconteceu na escola. Eles começam a fazer um sermão e me advertem a ficar longe de qualquer tentação. Isso me faz sentir como se não tivesse dizendo nada”.
É claro que, haverá momentos quando nos sentiremos compelidos a responder suas preocupações compartilhando nossos pontos de vista e sentimentos que podem ser de grande beneficio. Não queremos que nosso silencio seja interpretado de forma errônea ou como um apoio indevido de seu comportamento ou atitudes. Entretanto, se na maioria do tempo ouvirmos atentamente e segurarmos nossos comentários até um momento apropriado, demonstramos nosso desejo de ser um amigo verdadeiro e construir confiança, que abrirá o caminho para uma comunicação mais efetiva.
Construa sobre interesses em comum. Em nossas tentativas para integrar nossos jovens, é importante focalizar nos interesses em comum. Um rapaz descobriu que seu professor do seminário gostava dos mesmos programas de televisão que ele. Embora fosse uma coisa pequena, esse interesse comum serviu como um ponto inicial para suas conversar quando se encontravam. Fazer um esforço para descobrir ou desenvolver interesses em comum pode fazer uma grande diferença para ajudar os jovens a se integrarem. Obviamente, existem ocasiões quando nos encontramos com pessoas na igreja com quem temos pouco em comum. Nessas ocasiões seria bom mantermos a perspectiva de um rapaz que disse: “Quando nos mudamos para nossa nova ala, achei que os outros jovens eram como diferentes musicas, matérias escolares, esportes – tudo. Minha mãe ficou preocupada que eu começasse a andar com grupos ruins na escola somente para ter alguns amigos, mas continuei indo à Igreja – não por causa daqueles jovens, mas por causa de Deus”. Os membros da Igreja podem ter interesses variados, mas compartilhamos um amor pelo Salvador e um testemunho do evangelho restaurado que nos une a todos.
Construa espiritualidade. Os jovens são capazes de vencer desafios espirituais. Em uma conferência de jovens, há alguns anos atrás, os lideres para estaca levaram os jovens para um parque de diversões e os alojaram em um bom hotel. No ano seguinte tentaram um tipo diferente de atividade. Seguindo o conselho dos lideres da Igreja, decidiram tirar o foco da diversão e fazer com que experimentassem a verdadeira alegria em planejar palestras espirituais e projetos de serviço. No começo os jovens não estavam muito animados com a mudança, mas quando a conferência do ano seguinte aconteceu, começaram a enxergar as coisas com outros olhos. A reunião de testemunhos no final daquela conferência foi muito diferente do ano anterior, quando, conforme descreveu um líder, “a maioria dos jovens ficava batendo papo e provocando uns aos outros”. Desta vez, os jovens estavam ansiosos para expressar a alegria que sentiam por terem servido outras pessoas e seu amor pelo Pai Celestial e Jesus Cristo.
Focalize no Salvador. Os membros da Igreja podem se alegrar com os sentimentos de fazerem parte de um grupo que vem do convívio social com outras pessoas na Igreja, também sentimentos similares podem ser sentidos em muitos grupos, clubes ou organizações. Mas além de sentir aceitação social, os membros da Igreja podem também ter um sentimento único de integração espiritual. As escrituras nos asseguram que o Bom Pastor conhece suas ovelhas (veja 3 Nefi 18:31) e que através da fé e no renascimento espiritual literalmente pertencemos ao Salvador (veja Mosias 5:7)
Assim mesmo alguns jovens perdem esse sentimento de integração espiritual e falham em viver os padrões da Igreja. Eles podem dizer: “Não posso mais ir à Igreja, tomar o sacramento ou orar porque não sou digno”. As entrevistas pessoas dos pais e bispos ou seus conselheiros, as lições de domingo e os serões são momentos maravilhosos para ensinar os jovens sobre arrependimento e ajuda-los a focalizar nas bênçãos do sacrifício expiatório do Salvador. Um rapaz do Havaí afastou-se da Igreja por vários anos antes de finalmente voltar. Em uma reunião de testemunhos ele disse: “Me envolvi com várias coisas que não deveria na tentativa de pertencer a um grupo popular, mas sempre soube que faltava alguma coisa. Quando finalmente me arrependi e voltei a ficar ativo na Igreja, não sinto mais esse vazio. Eu voltei, e através do perdão de Jesus Cristo e seu amor perfeito, sei que pertenço a esse lugar”.
Lista de Idéias:
Jovens Liderando Jovens
Por Charlotte Cachapero
Charlotte Cachapero, “Idea List: Teens Leading Teens,” New Era, Jan. 2003, 29
As seguintes idéias têm me ajudado a servir nas presidências de classe das Moças em minha ala nas Filipinas. Talvez esses princípios sejam de ajuda em seu chamado de liderança
• Dê de seu tempo. Devote tempo para sua responsabilidade, e você poderá fazer qualquer coisa.
• Seja gentil. Trate os outros como gostaria de ser tratado. Seja calmo e paciente. Desenvolva um espírito de amizade. Faça com que os outros saibam que são importantes para você, buscando entender seus desafios e sucessos.
• Respeite os outros. Trate as pessoas que lidera com respeito. Lembre-se que cada pessoa é um filho único de Deus com potencial para se tornar como Ele é.
• Sacrifique. Tente tomar decisões que levam em conta as necessidades e opiniões dos outros ao invés de considerar somente o que é melhor para você.
• Estude. Estude o evangelho regular e consistentemente. As escrituras e outros livros podem ajudá-lo a compartilhar os ensinamentos do evangelho com aqueles chamados a liderar.
• Compartilhe Talentos. Não esconda seus talentos (veja Mateus 5:14-16). Compartilhe seus talentos e habilidades, e encontre maneiras de ajudar os outros a fazerem o mesmo.
• Busque conselho. Peça aos outros membros de sua presidência, bem como a seus pais, liderem adultos e especialmente o Pai Celestial conselho e apoio para cumprir seu chamado.
• Faça seu melhor! Não fique sobrecarregado. O Senhor o chamou, e Ele o qualificará. Você não falhará se fizer o seu melhor e confiar Nele.